sexta-feira, 27 de maio de 2011

Relatório de 27 de maio de 2011

Por Adriane Ponte Cisne e Gabriela Maria de Sousa Vieira




Traindo o horário da aula combinado anteriormente, iniciamos nossas atividades 
exatamente cinco minutos depois das seis horas. Chateado, o professor Babi revelou 
que, pela primeira vez em muitos anos trabalhando junto à UFC, ele avaliaria 
apresentações de projetos de pesquisa com uma banca julgadora na qual apenas ele 
estaria presente.
Traindo também a rotina, a leitura dos relatórios, feita sempre nos primeiros minutos de 
aula, não ocorreria desta vez por uma confusão de datas ocasionada provavelmente pelo 
caos das atualizações nos compromissos em nossas caixas de e-mails. Íria,  uma das 
vítimas deste transtorno e que deveria ter lido o relatório do dia, lamenta não ter escrito 
sobre uma das aulas mais importantes da disciplina e nos conta que havia desejado que 
a aula a ser relatada por ela fosse aquela. Mas, talvez por ironia do destino ou por uma 
singela coincidência casual para que a aula não se perdesse totalmente nos dias corridos, 
Martônio havia registrado seu próprio relatório em forma de e-mail enviado ao 
professor. Por solicitação de Babi, Martônio o leu para que recordemos o encontro 
passado, acentuando o caráter emocionante que a apresentação teve. Babi nos conta que 
aquela apresentação nem chegou a ser a mais elaborada ou a mais emocionante que ele 
já fez sobre sua tese de doutorado, mas, ainda assim, emocionou a turma, pois se tratou 
realmente da vivência da Pesquisa Qualitativa.
Prosseguindo, para nos dar uma lição, um professor justificadamente desapontado com 
a turma por não ter cumprido o horário firmado por nós mesmos reclama da falta de 2
responsabilidade afirmando que “um homem só é homem quando tem um relógio e uma 
mulher”. Babi contou que, ao ouvir tais palavras, achou inicialmente a anedota boba, 
mas ali na aula ela parecia fazer todo sentido, pois um homem que carrega nas costas a 
responsabilidade de cuidar de  alguém e que sabe ser pontual consegue honrar seus 
compromissos. Todavia, o professor entendeu que o motivo de ter havido uma 
negociação pelo horário foi por conta de outras obrigações que alguns estudantes tinham 
ainda naquela noite e pediu para que a aula se encerrasse às nove horas.
Sem mais atrasos e após a leitura dos títulos dos projetos os quais seriam apresentados 
em poucos instantes, o professor passou a palavra e o palco para as cinco equipes que se 
prepararam para preencher aquela noite com criatividade e conhecimento. Então, entre 
saltos altos, calças sociais, blusas bem engomadas e muita ansiedade, potencial e 
curiosidade, os projetos de pesquisa ganharam movimento em projeções numa parede 
antes sem graça e em palavras bem escolhidas.
Abrindo alas para as apresentações da noite, Adriane, Gabriela e Jéssica expuseram um 
projeto de pesquisa com o título Psicólogo da família: percepções acerca da atuação de 
psicólogos na Estratégia de Saúde da Família em Sobral-CE. Tal trabalho tinha como 
objetivo investigar a percepção das pessoas (inclusive a do próprio psicólogo) 
envolvidas com as práticas deste profissional nos Centros de Saúde da Família. Babi, ao 
final da apresentação, fez algumas considerações a respeito da possibilidade de 
aplicação de outras metodologias, mas elogiou o trabalho e afirmou que, no geral, as 
meninas atingiram os resultados esperados.
A segunda equipe a se apresentar na noite de sexta, composta pelas estudantes Íria, 
Thamila, Maria Júlia e Hanna, abordaram um tema ligado ao desenvolvimento infantil 
com um projeto intitulado como  Inventando infâncias: as implicações da prática de 
contação de histórias nos processos de subjetivação infantis na escola Arco-íris em 
Sobral-CE. A apresentação foi feita com muita responsabilidade:  apesar das 
recomendações típicas de todas as metodologias, as meninas foram ousadas, 
apresentando não apenas uma questão de partida, não apenas um problema. Elas 
partiram da pluralidade, o que já diz muito da postura dessas pesquisadoras, não se 
focando num problema único, meramente construído para virar projeto de uma 
disciplina, mas um problema plural, com todas as complexidades que a vida pode 3
oferecer. E, para dar conta de um problema como este, elas utilizaram a cartografia, pois 
esta é uma metodologia que se propõe à compreensão do movimento. Babi reconheceu 
tal ousadia e a erudição das estudantes, enquanto característica do cartógrafo, elogiando 
o trabalho.
Chegando à metade das atividades, uma terceira equipe, constituída por Martônio, 
Vanessa, Paulo Roberto e George, apresentou seu projeto designado como Participação 
popular em saúde comunitária: um estudo acerca da atuação de lideranças 
comunitárias na cidade de Sobral-CE. O projeto foi muito bem apresentado incitandonos a entender como se dão os processos de promoção da saúde através do líder 
comunitário e seu vínculo com o Sistema Único de Saúde.
O penúltimo grupo, formado por Marçal, Fabrício, Aélio e Flávia, tocando no assunto 
das diferenças, apresentou o trabalho denominado como As expectativas e o projeto de 
vida que pais de pessoas com Síndrome de Down tem para seus filhos em Sobral. A 
apresentação foi bem interessante versando sobre a constituição da doença e como as 
pessoas lidam com ela. Alguns aspectos foram ainda ressaltados pelo professor, que 
elogiou o modo como a equipe evoluiu no tema trabalhado e enfatizou a importância de 
ter boas idéias no ambiente acadêmico postas, não só no papel, mas em prática.
Fechando as exposições da noite, a quinta e última equipe, formada pelos nossos amigos 
Danielle, Kércio e Paulo Henrique, abordou um tema relacionado ao atendimento 
psicológico com o projeto de pesquisa Concepção dos usuários e dos psicólogos acerca 
do saber-fazer da Psicologia no Centro de Atenção Psicossocial Geral (CAPS) em 
Sobral-CE. Estimulados pela disciplina de Estágio Básico I deste semestre, assim como 
a maioria dos trabalhos, os estudantes destacaram alguns pontos interessantes, como a 
constituição do CAPS e sua dimensão histórica, além de passear pelo assunto da 
interação usuário-psicólogo na instituição referida.
Após todas as apresentações dos projetos que sobrepuseram as expectativas e após os 
comentários feitos pela comissão julgadora composta pelo professor Babi Fonteles, este 
último ressaltou a importância do  exercício da crítica, que se adequou muito bem à 
ocasião. Ele disse que às vezes parece que as pessoas não dão valor ao nosso trabalho, 
mas o crítico funciona como um treinador, o qual sabe onde existem defeitos e faz a 4
gente enxergar o que não está legal, o que está doído, e assim podemos trabalhar 
melhor. E, como bom crítico e um professor orgulhoso, Babi comenta sobre o alto nível 
dos trabalhos: “qualidade bem boa”, disse ele.
Então, traindo mais uma vez o horário preestabelecido, a aula se encerrou exatamente 
aos quarenta minutos após as nove horas da noite de uma sexta-feira bem movimentada

Relatório de 27 de maio de 2011

Por Franci Íria Servolo Saboia e Jéssica Tarcylla Beviláqua de Aguiar



Compartilhamos aulas. No des-compasso de dias tão turbulentos, sinalizando o encerramento de mais um final semestre. Apenas o quarto. A marca da passagem intempestiva do tempo potencializa reflexões introdutórias nesta aula. Se tivéssemos conseguido resistir às armadilhas do tempo, a aula teria começado às dezessete horas como estava acordado entre estudantes e professor.  O tempo escapou, mais uma vez, a maior parte da turma só estava presente no horário convencional da aula às dezoito horas. Neste primeiro dia de apresentações dos projetos de pesquisa na disciplina métodos e técnicas em pesquisa qualitativa, o professor Babi lança um comentário bastante pertinente sobre a ausência de banca avaliadora para as apresentações. O professor comenta que isso é um acontecimento inédito na sua trajetória enquanto professor nesta universidade, pois sempre conseguiu com as turmas anteriores contar com a participação de outros colegas para desenvolver os momentos de avaliação das produções apresentadas pelos estudantes.
Babi solicita a apresentação do relatório da aula anterior. As quatro mãos que delineiam este relatório deveriam ter desenvolvido este exercício sobre a aula do dia vinte e dois. Mais um momento em des-compasso. Falha de comunicação. Considerávamos que fossemos observar a aula do dia vinte e sete para relatar dia três. Pensar de forma equivocada. Os fluxos dos nossos movimentos estão com pernas longas, passagens rápidas estão se configurando e os nossos intentos, por vezes, são esquecidos. Acontecimentos inexplicáveis não exigem explicações coerentes. Precisamos, nessas situações de deriva, buscar outros possíveis para construirmos o momento necessário. Abre-se espaço para uma narrativa diferente. Martônio lê o email afetuoso que havia enviado ao professor após a experimentação da aula do dia vinte e dois de maio. Fomos contatados com palavras cheias de tantos sabores. Apresentou Martônio uma versão de sentidos sobre a aula que Babi apresentou fragmentos interessantíssimos de sua tese de doutorado.
Provocamo-nos sobre a aula que ficou sem registros formais. A aula tornar-se-á um mito, diante da falta de registros, comenta Babi. Há incertezas de como ela poderá reverberar para tantos outros, em dias e dias que sucederão. A ausência de relatório sistematizado possibilitou outros tipos de narração.
Após os comentários iniciais, começaram as apresentações dos projetos de pesquisa qualitativa. A primeira equipe, composta pelas alunas Adriane, Gabriela e Jéssica, abriu a sequência de apresentações com o projeto de pesquisa intitulado “Psicólogo da Família: percepções acerca da atuação de psicólogos na estratégia de saúde da família em Sobral-Ce”, que propunha uma pesquisa a fim de investigar, através de análise de discurso, a percepção das pessoas envolvidas com a prática do psicólogo da família sobre a função deste profissional nos Centros de Saúde da Família da cidade de Sobral.
Após a apresentação da equipe, o professor teceu alguns comentários referentes aos nomes que, quando colocados no título de um projeto, são transformados em categorias, que necessitam ser exploradas no decorrer do projeto e como, nos procedimentos metodológicos, podemos usar palavras mais formais para referir-se a coisas, às vezes, muito simples para nós.
A equipe que deu prosseguimento às apresentações era constituída por Íria, Hanna, Maria Júlia e Thamila e tinham como título de seu projeto “Inventando infâncias: implicações da prática de contação de histórias nos processos de subjetivação infantis na escola Arco-Íris em Sobral-CE”. Babi comentou que a cartografia, metodologia utilizada pela equipe, é a metodologia da sensibilidade. Desafia o pesquisador a estar em constante apreensão do objeto. Além disso, pontuou também que os cartógrafos são, em sua maioria, eruditos, embora saibam falar simples quando lhes é conveniente, pois são pessoas tomadas pelo fluxo da linguagem. Babi diz que, além da metodologia, em um projeto devem ser explicitadas as técnicas utilizadas na produção de dados, como o diário de bordo. Babi cita Walter Benjamin, que fala sobre o narrar. Diz que é preciso lê-lo para compreendermos o que significa o exercício rotineiro de apresentar os relatórios de aula.
A equipe seguinte, formada por George, Martônio, Paulo Roberto e Vanessa, apresenta o projeto “Participação Popular em Saúde Comunitária: um estudo acerca da atuação de lideranças comunitárias na cidade de Sobral-CE”, que busca entender a dinâmica da comunidade e compreender a importância do líder comunitário na promoção de saúde. Após a apresentação, Babi elogiou a sala pela capacidade de produzir e de apreender as coisas. Disse também que fazer pesquisa é fazer opções políticas e identifica uma conexão profunda entre ciência e política. Ciência dialoga com a realidade, mas não é a realidade.
Babi convida-nos a comparecer ao próximo e último encontro, quando haverá quatro projetos apresentados e avaliação da disciplina. Thamila instiga o professor a trazer o violão e ele cede ao pedido, prometendo tocar uma música na aula seguinte.
A equipe composta por Aélio, Fabrício, Flávia e Marçal apresentam o projeto de pesquisa cujo título é “A expectativa e o projeto de vida que pais de pessoas com Síndrome de Down têm para seus filhos em Sobral.” Babi comenta a evolução do tema do grupo, durante os encontros e diz que não é proibido que o pesquisador utilize a terceira pessoa durante o projeto, mas que é importante refletir porque faz isso. Diz ainda que devemos citar autores de metodologia como um recurso para conceituar o tipo de pesquisa.
Posteriormente, Danielle, Kércio e Paulo Henrique expuseram sua produção intitulada “Concepção dos usuários e dos psicólogos acerca do saber-fazer da Psicologia no Centro de Atenção Psicossocial Geral (CAPS) em Sobral-CE”. Propunham, através da pesquisa participante, investigação acerca da constituição do CAPS no contexto de Reforma Psiquiátrica e como se dá a relação entre psicólogo e usuário no CAPS como uma tentativa de melhor compreensão acerca do que está sendo praticado no âmbito de saúde-mental. Ao final da apresentação, Babi diz que é importante explicitar o que é cada uma das categorias criadas e, ainda, que em um projeto, na dúvida, é melhor ser bilíngüe, utilizando formalidade e criatividade.
Babi comenta que as pessoas que mais contribuíram para sua formação foram seus críticos e estabelece uma metáfora entre o crítico e o treinador. O tempo avança e a aula encerra com Babi reiterando sobre a boa qualidade dos trabalhos apresentados e dizendo que as críticas são úteis para fortalecê-los.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Relatório do dia 13 de maio

Por Vicente André Alcântara Aguiar Filho e João Filipe Monteiro

Babi inicia a aula apresentando a agenda do dia, em que consta a leitura do relatório, a apresentação do seminário, a divulgação de alguns informes e a explicação de algumas partes do projeto de pesquisa. Em seguida, iniciou-se a leitura dos relatórios da aula do dia 06/05/2011 com Everton Araújo lendo o relatório que o mesmo produziu em parceria com Fabrício e em seguida a relatora Flávia leu o relatório que produziu em parceria com Shyrlane. Terminada a leitura dos relatórios, Babi nos estimula a comentar sobre o que foi lido e reforça a importância de os autores postarem seus trabalhos com antecedência. Comentando os relatórios, George ratifica a importância dos mesmos, cita que faltou a última aula e que através dos relatórios pode ter uma noção de tudo que ocorreu na aula anterior, sobretudo das discussões sobre os projetos de pesquisa. Após um período de silêncio, Babi diz que o silêncio pode ser um indício de cansaço, em vista de estarmos chegando ao final do semestre.
 Comentando os relatórios, Babi pede que não nos esqueçamos de enumerar as páginas, uma vez que enumerar as páginas é o princípio da normatização científica, cita que a fala e a escrita são generosas, por isso ele pede que revisemos os relatórios. Babi comenta mais uma vez que observou uma grande quantidade de vírgulas nos relatórios e atribui esse fenômeno a grande quantidade de conteúdo a ser escrito em um pequeno espaço, no caso algumas páginas de um relatório.  Babi cita a importância de um projeto de pesquisa, e diz que fazer projeto é um passo fundamental para o sucesso na Academia. Ele fala que, para termos noção, conseguiu captar com seus projetos mais de seis milhões de reais. Babi pergunta se queremos comentar algo que ele tenha dito. Thamilla questiona Babi se é possível escrever poeticamente textos acadêmicos. O professor responde que sim, que o importante é que se defenda o que está sendo dito. Babi usa como exemplo Nietschze, que escrevia de modos diferentes, mas que era rigoroso em seu estilo. Comenta que é importante que criemos o nosso próprio estilo literário, diz que o máximo que pode acontecer é de possuirmos dois públicos, um que lhe aplaudirá e outro que lhe criticará. E conclui seu raciocínio dizendo que o segredo para escrever bem é, por assim dizer, ligar todos os sentidos.
 Dando sequência a aula, o professor pede que recebamos com aplausos os alunos Túlio Kércio, Danielle Maria e Paulo Henrique, que apresentarão o seminário sobre o texto “Análise Retórica”, de John Leach. Após o término da apresentação do seminário, Babi nos estimula a fazer perguntas sobre o que foi apresentado. George levanta dúvidas sobre dois pontos do fichamento, nos quais Paulo Henrique e Kércio responderam prontamente. Logo após esses questionamentos, Babi comenta os equívocos que alguns pesquisadores fazem com respeito a falta de rigor nos trabalhos científicos. Cita o caso de pesquisas que usam entrevistas episódicas ou narrativas, e que não se propoem a fazer uma análise retórica do discurso do sujeito. Encaram o discurso como a verdade do sujeito, sem questionar a realidade ou mesmo contextualizar a fala dos sujeitos. Em seguida, George parabeniza os colegas pela apresentação. Babi nos instiga a avaliar o seminário, mas por conta do silêncio da turma, nos mostra um vídeo, que arranca gargalhadas da turma. Em seguida, Babi nos incentiva a visitar o II Festival de Flores de Holambra, que está acontecendo na Praça de Cuba. O professor também nos alerta sobre as nossas freqüências, e fala sobre as pessoas que foram aos encontros científicos, que tragam a declaração para que sua falta possa ser justificada.
Babi pergunta como andam nossas produções, e Gabriela pergunta se o professor poderia nos dar algumas orientações. Então Babi marca os horários das orientações das equipes dos projetos, para que possamos tirar as dúvidas e mostrar os encaminhamentos feitos. Em seguida, o professor pergunta se há dúvidas quanto a estrutura do projeto, sobre: problematização, objetivos, referências teórico-preliminares e procedimentos metodológicos. Babi nos alerta que podemos citar referenciais teóricos na parte de metodologia, e que até mesmo na problematização podemos fazer isso, porém sem nenhuma obrigação de fazê-lo. Continuando, o professor nos diz que devemos procurar a coerência entre o objeto estudado e os procedimentos metodológicos. Babi compara uma boa pesquisa a uma bola de futebol, citando a coerência que cada parte da pesquisa deve ter, assim como cada ponto deve levar a outro na costura de uma bola de futebol. O professor ressalta que é importante consultar projetos de pesquisa que foram feitos pela turma passada, para que nos sirva de modelo. Em seguida, George questiona se é necessário apresentar um histórico do objeto antes de apresentá-lo. Babi diz que é importante inicialmente mostrar para que veio, então primeiramente você apresenta o objeto e em seguida apresenta o histórico.
Encaminhando para o final da aula, o professor Babi questiona se há mais alguma pergunta a respeito dos projetos de pesquisa, e George pergunta se é necessário apresentar o orçamento da pesquisa. Babi diz que não, pois não haverá custos, mas é importante apresentar o cronograma. Babi nos pede que leiamos os textos que ele mandou relativos aos procedimentos metodológicos dos projetos de pesquisa, e finaliza a aula.

Relatório de 13 de maio de 2011

Por Francisca Nágla Silveira e Susana Maciel Pinto    

   A aula começa com uma saudação do professor ás pessoas presentes em sala, ele verifica se os membros da equipe de seminário e as duplas de relatores já encontram-se presentes e assim nos convida à iniciarmos as atividades da aula. Somos informados de que o seminário desta noite será o último do semestre e também de que no decorrer dessa discutiremos sobre os projetos de pesquisa. Logo após, Everton inicia a leitura do seu relatório feito em dupla com Fabrício. E em seguida, Flávia faz a leitura de seu trabalho feito em parceria com Shyrlane.
            Após as leituras dos relatórios, professor Babi solicita á turma que faça comentários sobre os trabalhos apresentados, ressaltando a importância da elaboração dos mesmos no processo de aprimoramento da escrita. George então comenta sobre o quanto os relatórios estão lhe auxiliando a entender como as atividades de sala têm se encaminhado, visto que, ele não pôde estar presente nas duas últimas aulas e parabeniza os autores pelo bom trabalho produzido. Sem mais comentários por parte da turma, o professor diz ter lembrado de uma letra de música do compositor Chico Buarque e comenta que o silêncio da sala pode estar indicando algo, talvez preocupações com as diversas atividades de fim do semestre, e que compreende tudo isso. Então Babi faz algumas considerações a respeito dos relatórios apresentados, a fim de indicar partes que podem ser melhoradas nos mesmos, e comenta sobre os objetos de pesquisa, sobre a relação de paixão entre pesquisador e objeto, sobre a capacidade de imaginação do ser humano e da necessidade de suprir a mesma. Babi ainda ressalta de como os pesquisadores esquecem de que a ciência não é uma realidade em si, mas sim um artefato, algo do campo artesanal, e cita um trecho de uma canção de Alceu Valença para ilustrar sua fala. A partir do exemplo dado diz que o objeto científico, assim como a letra da música, é uma invenção da poética do criador, da imaginação, que se alimenta dos estudos feitos pelo mesmo.
Dando continuidade aos comentários sobre os relatórios, o professor faz uma observação sobre a importância de obedecermos à regra de numeração das páginas do trabalho, sobre a qual ele já vem falando há muito tempo e que é um dos princípios básicos de toda normatização científica. Comentando sobre a linguagem que devemos utilizar em nossos trabalhos, Babi fala que temos de tomar cuidado com as palavras utilizadas e que por força das circunstâncias estamos nos tornando bilíngüe, principalmente por causa do vocabulário utilizado na internet. O professor nos pede para exercitarmos com maior frequência a habilidade da escrita, pois este é um exercício essencial de se fazer nas ciências humanas, e que sejamos mais generosos na hora de escrever. O professor ressalta mais uma vez a importância da escrita correta utilizada nos trabalhos acadêmicos, mostrando que essa constitui-se como um verdadeiro “passaporte” para penetrar em outros espaços do mundo acadêmico. Esse “passaporte” nos transporta a elaboração de bons projetos, os quais, quando bem desenvolvidos, nos permitem captar recursos financeiros significativos. E o quão produtivo é utilizar nossas próprias experiências na hora de produzir bons projetos de pesquisa, a exemplo do projeto desenvolvido por ele sobre o povo indígena.
Thamila pergunta ao professor se existe abertura dentro da academia para a escrita poética na composição dos trabalhos acadêmicos. O professor responde que é possível fazer diversas coisas diferentes, sendo que a única exigência a ser cumprida é que sejamos plausíveis em nossas argumentações para sustentar a escolha feita. Para exemplificar, Babi nos fala sobre a mesclagem que Nietzsche faz em suas obras, a genialidade presente nas mesmas e o estilo não unificado do autor na hora de escrevê-las. O professor também nos relata de que na produção de sua tese manteve um estilo próprio, mas que se muniu de argumentos para responder aos “imboçais”, expressão do povo Tremembé, presentes na banca examinadora. E ainda sobre sua tese, Babi nos expõe que a mesma foi produzida “in life”, “ao vivo”, com objetos que estão sempre em movimento e nos relata o quão difícil é conseguir captar esse tipo de conteúdo nos trabalhos de pesquisa. O professor completa sua fala nos dizendo o quanto é importante nos dedicarmos completamente na hora de escrever. A equipe do seminário, composta por Paulo Henrique, Danielle e Kércio, é então recebida com aplausos e iniciam a apresentação do texto do autor John Leach, intitulado “Análise retórica”.
Após a apresentação do seminário, o professor Babi nos convida a fazermos comentários sobre o mesmo, formulando perguntas de esclarecimentos e aprofundamentos relativos ao texto apresentado. George inicia os comentários, falando o quanto a equipe conseguiu ser esclarecedora e o quanto essa lhe ajudou na compreensão do texto, já que á princípio ele não teria percebido sozinho ao ler o texto a significância da retórica e pede explicações sobre dois pontos que não ficaram muito compreensíveis para ele. Kércio e Paulo Henrique juntamente com o professor conseguem fazer os esclarecimentos solicitados e alguns exemplos são dados pelo professor a fim de complementar a compreensão do texto.
Dando continuidade ao debate o professor Babi nos pergunta se é possível que a utilização da análise retórica possa nos auxiliar na produção de nossos projetos de pesquisa e Kércio afirma que sim, pois isso é fundamental nas produções em Ciências Humanas. O professor pergunta à aluna Íria se a entrevista episódica, a entrevista narrativa e a história de vida têm alguma relação com a retórica, no que a aluna responde que não vê como separá-las, pois elas se complementam. Íria acrescenta que muitas pesquisas captam no discurso do sujeito apenas aquilo que lhe é interessante e ignoram o restante. Babi então nos alerta para termos um maior rigor na hora de utilizar as entrevistas em nossas produções, pois não devemos apenas reproduzi-las em nossos trabalhos sem fazer uma análise dessa retórica.
  Após essas considerações, Babi abre as discussões sobre os projetos de pesquisa, nos perguntando sobre como estão as produções dos mesmos, se temos dúvida referente a alguma parte da estruturação e propõe-se à marcarmos horários para orientações. Ainda sobre os projetos, o professor nos fala sobre a importância que os procedimentos metodológicos têm em sua elaboração, sendo relevante mostrar no referencial teórico o autor que utilizamos como referência para produzir aquele projeto. Babi também nos fala o quanto pode ser interessante surpreender na hora de apresentar o projeto, inserindo novidades em espaços inesperados, mas sempre justificando na parte dos procedimentos metodológicos o porquê da escolha daquela metodologia. O professor também nos fala sobre a importância de buscar coerência na hora da escolha da forma de captar o objeto de estudo. Também em relação aos projetos de pesquisa, Babi nos fala que na construção desses podemos ter a impressão que algumas idéias se repetem, mas na verdade, elas sempre serão ditas de diferentes formas, e compara o projeto de pesquisa à uma bola de futebol, onde cada pedaço é único e todos estão articulados.
Respondendo a perguntas feitas por Jane e George, o professor Babi nos esclarece que a melhor estruturação do texto do projeto de pesquisa é aquela presente no texto de Fonteles, pois trata-se do tipo de mais utilizado em mestrados, e que o mais importante é apresentar inicialmente o objeto e depois falar sobre o histórico deste.
Em relação aos desdobramentos que o projeto de pesquisa pode ter, Babi nos fala sobre a experiência que teve com o seu projeto com os índios, relatando que quando começou a pesquisa tinha um certo direcionamento e em meio ao processo de elaboração da mesma, acabou tomando um outro direcionamento completamente diferente. Partindo de uma pergunta feita por George, o professor Babi nos esclarece que nos projetos de pesquisa que estamos desenvolvendo não é preciso colocar o tópico sobre o orçamento, mas que é necessário aparecer o tópico sobre o cronograma, e que para o efeito do nosso projeto o mesmo deve ter um tempo de seis meses.
Para finalizar a aula o professor Babi nos fala que na elaboração de nossos projetos de pesquisa poderemos ser mais criativos e mais ousados. Sophia complementa a fala do professor dizendo o quanto os projetos de extensões nos auxiliam nesse aspecto. E sem haver mais considerações por parte da turma, o professor encerra a aula.   

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Relatório de Atividades do dia 06 de maio de 2011

por Everton Araújo Maciel e Fabrício Gonçalves Lima

Babi, inicialmente, saúda a turma e propõe a visualização de um vídeo. A temática do filme, entendemos, relata como o trabalho em equipe pode ter um rendimento maior que o simples trabalho individual. Também mostra a concepção de massa e o conceito de proliferação quando as pessoas se unem à criança.
Em seguida, Aélio ler o relatório da aula anterior feito juntamente com Lívia. Com o fim do primeiro trabalho, inicia-se a leitura do relatório feito por Marçal e Martônio. Terminado a leitura, Babi fala que pequenas modificações nas estruturas das frases pode modificar a ideia que se propõe a transmitir. A partir disso, dá dicas de maior observância nas formulações e propõe a correção dos erros. A pedido de Paulo Henrique, nova chance é dada para a leitura do relatório do dia 29 de Abril, pois, devido a viagem que fez para o II Encontro Regional Norte-Nordeste da Associação Brasileira de Psicologia Social em Fortaleza, ausentou-se da aula.
Ao término da leitura, Babi abre espaço para comentários. Imediatamente, Susana comenta que gostou dos relatórios, porque, como estava ausente na aula anterior devido à viagem que fez para o encontro da ABRAPSO, conseguiu visualizar aspectos importantes, principalmente a discussão dos temas dos projetos de pesquisa. O professor afirma que comentar é vivenciar aspectos da rotina da academia. Que a essência da vida acadêmica seria, talvez, comentar aspectos dessas vivências. Ressalta que o exercício de comentar é algo importante para a vida acadêmica, pois ouvir, escutar e comentar se tornam necessários para o aprendizado e que elaborar algo próprio, que não foi dito por ninguém, é difícil e leva tempo.
 Babi fala que não vai se alongar nos comentários. Com isso, finda-se os comentários acerca dos relatórios e se inicia a apresentação do seminário, ficando responsáveis Nágla, Susana e Sophia por facilitar a discussão sobre Entrevista Narrativa e Entrevista Episódica.
Quanto a Entrevista Narrativa, ressaltam que é uma situação no qual a estimulação e o encorajamento ao entrevistado é o ponto chave para que ele se sinta à vontade para contar a história sobre um acontecimento de sua vida, contextualizando-o socialmente. Que sua ideia básica é reconstruir acontecimentos sob a perspectiva dos entrevistados, o mais direto possível. No que se refere à Entrevista Episódica, falam que tem como objetivo a análise do conhecimento cotidiano do entrevistado sobre um tema ou campo específico. Finalizam destacando que estes tipos de entrevistas estão sendo cada vez mais usados nas pesquisas qualitativas.
Logo em seguida, inicia-se o seminário composto por Aélio, Fabrício, Flávia e Marçal, que ficaram responsáveis pela exposição do tema História de Vida como instrumento de realização de uma pesquisa qualitativa. Expõem que para a realização de uma pesquisa não basta a escolha de um tema, mas a observação do contexto histórico, bem como a análise dos instrumentos para a produção de dados é necessária. Ressaltam que para a realização de uma entrevista sobre a história de vida de um indivíduo, o entendimento do contexto social envolvido, do cenário da entrevista, assim como a análise detalhada dessa entrevista se torna importante para obtenção de resultados relevantes. Assim, encerra-se a apresentação dos seminários.
Em seguida, Babi fala que em Ciências Humanas, a Entrevista Narrativa e Episódica, bem como questionários e gravação de voz são técnicas de pesquisa e instrumentos para a produção de dados. Fala que História de Vida também pode ser considerada como técnica para obtenção de dados. Ressalta que em Ciências Humanas, o que podemos dizer sobre o Homem são apenas comentários.
O professor fala que para entender o processo de Subjetivação Indígena, foi preciso o uso de diferentes metodologias e que o objeto estudado o obrigava/incitava-o a usar várias metodologias. Também ressalta que para notar e apreender esse processo de fazer pesquisa é essencial a prática, a inclusão no campo, a análise de conflitos; enfim, praticar para aprender. Susana ao analisar sobre os aspectos das pesquisas, fala que o método ou metodologia é mais abrangente, enquanto técnica é mais específica. Babi fala sobre sua experiência no lixão em Pernambuco durante o mestrado em Antropologia e conta a história da bebida que tomou e do peixe que comeu. Lycélia comenta que as duas equipes deram conta do que se propuseram e demonstraram muito ricos quanto à clareza e o tom de voz da apresentação. Por sua vez, Íria fala que é possível encontrar uma aproximação entre as duas abordagens expostas nos seminários.
Babi comenta que fazer ciência é, essencialmente, perguntar sobre as causas de um acontecimento. Comenta que “ser dono do que diz e ser dono do seu tempo” é uma busca necessária e complicada. Que para chegar a esse ponto, grandes atitudes são necessárias e pequenas oportunidades devem ser aproveitadas. Finaliza esta parte da aula agradecendo ao esforço que a turma vem demonstrando para a realização dos seminários e tudo que tem realizado para o andamento da disciplina.
Em outro momento da aula, Babi pergunta se os alunos estão aproveitando as experiências que o Estágio Básico tem gerado, e se de alguma forma estão ajudando para a produção dos projetos de pesquisa. O professor pergunta se os discentes estão repensando suas propostas para os projetos de pesquisa. A equipe encabeçada por Aélio repensa sua proposta e propõe outro tema: “Comparação entre homossexuais que se assumem e os que não se assumem”.
Posteriormente, o professor começa a abordar aspectos do projeto de pesquisa. Fala que Objetivo Geral indica a ação principal ou resultado final que se deseja alcançar com a pesquisa. Fala que conceitos de objetos específicos, cronograma e biografia devem ser entendidos. Para isso, nos orienta a ler um texto da apostila sobre os tipos de pesquisa.
Continuando a aula, Susana pergunta se devemos ir a campo com o projeto de pesquisa. Babi responde negativamente, ao não ser quando que para elaborar os aspectos do projeto, necessita-se de aproximação ao objeto para melhor compreendê-lo. Martônio afirma que uma visita ao objeto estudado ou uma análise preliminar é o mínimo que podemos fazer para que se tenha uma concepção teórica sobre o tema analisado. Paulo Henrique pergunta se é possível uma orientação para as equipes no que se refere à construção do projeto de pesquisa. Babi responde que sim, ressaltando “que está aqui para isso”. Susana propõe a mudança do tema, pois o anterior não condiz com o que realmente querem, citando outro: “a visão do senso-comum sobre o fechamento do manicômio”. O professor pontua que o título proposto deve ser deixado em aberto, pois a palavra senso-comum é delicada e deve ter uma maior atenção quanto a sua citação.
Já chegando ao final do encontro, Babi fala para as equipes ter uma maior atenção a questão do tempo necessário para a elaboração dos projetos de pesquisa, pois os dias de apresentação se aproximam, sendo marcados para os dias 27 de maio e 3 de junho. Também nos orienta a consultar o guia de normatização da UFC para que dúvidas quanto a estrutura do texto sejam sanadas. Com isso, encerra-se mais uma aula da disciplina de Métodos e Técnicas de Pesquisa Qualitativa em Psicologia. 

sexta-feira, 29 de abril de 2011

RELATÓRIO REFERENTE À AULA DO DIA 29 DE ABRIL DE 2011

Relatório referente à aula do dia 29 de abril de 2011

Por Martonio Sales da Silva e Marçal Araújo Gomes

A aula inicia com as leituras dos relatórios referentes a aula anterior.  O primeiro relatório elaborado por Kércio e o segundo por Beatriz e Mayara. Após a leitura dos mesmos, Babi inicia a gravação da aula e instiga os alunos aos comentários perguntando qual a relevância de se perder 25 minutos com o exercício dos relatores em uma disciplina de Pesquisa Qualitativa em Psicologia.  Kércio diz que aquele momento é uma forma de valorizar a produção dos alunos, já Martonio e Bia comentam sobre a importância e o valor da escrita nas ciências humanas, como já fora ensinado por Babi.

O professor relata como a aula passada fora importante, chegando a constituir o ápice de toda a disciplina, o dia da Verdade. Essa intensidade foi denotada pela presença das inúmeras vírgulas. Ele reafirma ainda a sua posição em relação à aula anterior; as ciências humanas não são uma busca da verdade sobre o homem, mas sobre as criações, como assinalara Kércio.

Há um pequeno momento de descontração com um comentário de Babi sobre a participação de Lívia na aula: estava com “um pé dentro e outro fora” da disciplina, já que observava a aula e relatá-la na semana seguinte.

Babi faz alguns comentários sobre a primazia com a qual Kércio elaborou seu trabalho, o que já fora sinalizado pelo professor ao fim da leitura do relatório, no qual são feitas apenas algumas correções gramaticais. Estas não se sobrepõem ao poético fechamento do relatório e a visão impessoal tida por Kércio ao observar os fatos daquele dia, narrando-os em terceira pessoa. Esse aspecto fora perguntado por Adriane e respondido por Babi, quando exprime a sua opinião acerca da ousadia, sensibilidade e inteligência do relator.

As outras atividades do professor o envolveram tanto, que ele chegou a se comparar com Ulisses ao retornar para casa: tanto tempo se passara, que talvez nem o seu cachorro o reconhecesse.

Num outro momento, o professor sugere que sejam feitas alterações no cronograma da disciplina e na ordem dos relatores. Ele relembra a importância da elaboração dos projetos de pesquisa e vai pedindo aos alunos que lhe digam qual o título dos seus respectivos projetos, bem como faz algumas observações. Essas observações nortearão as próximas falas acerca da distinção sobre assunto, tema, título e objeto de estudo. Majú fala sobre seu tema. Um assunto é um tanto sem definição, o tema é mais um pouco preciso, e o objeto sim é bem definido. O objeto é científico e não pode ser a realidade,  ela tenta através de modelos construir algo.  Qual o problema que a equipe quer investigar. O que é um objeto ou um problema de pesquisa científica? É de importância central aprender a criar objetos-problemas numa pesquisa, assim como um artista ao criar sua obra: “Os Irmãos Karamazov”, de Fiódor Dostoiévski e “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa.
A
 atuação do psicólogo na saúde pública em Sobral foi um tema proposto pela equipe de Jéssica. O professor diz que o tema é muito generalista e não daria conta desse grande campo. Mesmo limitando-se aos CAPS, já seria muita coisa. A disciplina é para começar a termos intimidade com os trabalhos futuros. Não é a extensão mais a profundidade na pesquisa científica definirá a relevância da mesma.

A equipe do Paulo estudaria o uso de drogas ilícitas, se propondo a fazer uma discussão acerca das concepções de drogas ilícitas dos usuários do CAPS AD e da Fazenda Esperança. Babi fala sobre o título, e afirma que o trabalho científico é sempre uma discussão, evitemos, pois redundâncias.

A equipe da Lycélia tratara de algum tema sobre a feminilidade das mulheres do presídio, a violência contra a mulher, ou ainda sobre a disseminação problemas de saúde no presídio de segurança máxima de Sobral, como assinalara a integrante Lívia. Já a equipe do Everton elaboraria um projeto de pesquisa sobre a importância da APAE de Sobral para os pais de filhos autistas. Babi intervém afirmando que ‘só pesquiso algo quando não sei daquilo’ e afirma que ‘setenta por cento das monografias de Sobral são compradas’. Diz também que teremos duas classes de graduados: os interessados e os desinteressados. Cita a UVA e a criação do curso de Pedagogia em regime especial. Chama de vexaminosa os profissionais formados nesse regime e o relaciona com outras formações. Lívia contesta sobre o comportamento de julgar das pessoas na academia. O professor fala sobre a situação da UFC, da resolução a qual se propõe a duplicar o número de professores para alunos. Ele diz ainda que ter intimidade e desenvolver pesquisa é, e vai ser mais ainda o diferencial.
A equipe de Kércio se propõe a estudar as concepções do saber fazer psicológico em Sobral. A de Sophia abordará sobre as percepções do processo da reforma psiquiátrica em Sobral, do RAISM e de quem são essas concepções. Três temas foram propostos pela equipe de Aélio. Já a de Thamila falará da prática de contação de histórias na Escola Arco-Íris, perguntado qual mediação é possível na relação adulto-criança?

Babi conversa um pouco sobre o que é um projeto de pesquisa. O professor pergunta se os alunos leram o texto sobre o projeto de pesquisa, passado por ele. Fala da dedicação exigida pelo projeto, bem como sua metodologia e o interesse que será dispendido pelos seus alunos ao realizá-los. Para o professor, um projeto de pesquisa é composto por partes pré-textuais e pós-textuais. As partes pré – textuais são: capa, folha de rosto e sumário; As partes textuais são basicamente: título e subtítulo, problematização, justificativa, objetivos, procedimentos metodológico, referencial teórico preliminar e bibliografia inicial. Discute sobre essas partes. Partes pós-textuais são os anexos, e estes são opcionais. Adriane pergunta sobre as normas da ABNT referente a questionários, e ele diz que a ABNT não se pronuncia sobre isso. Ela se pronuncia sobre padrões acerca da apresentação do trabalho. Só se considera uma fonte bibliográfica aquilo que tiver sido objeto de publicação.

Babi responde à pergunta de Kércio a respeito da referencia de fotos em trabalho. “As motivações de um trabalho são colocadas onde?”, pergunta Kércio. O ideal é que sejam feitas de uma a três perguntas como pontos chave do trabalho. Como fazemos para investigar o nosso assunto? Com entrevista semi-estrutarada, se não tivermos muito a parte do assunto; como entrevista estruturada, se souber mais alguma coisa acerca do tema ou através da etnografia se já estivermos envolvidos naquela pesquisa. Fala também que não temos hipóteses num trabalho como esse. Uma hipótese é uma espécie de convencimento provisório, pois pode nos trazer uma visão distorcida da realidade na medida em que aquela se afirma sobre esta. E é só ligando o “desconfiômetro” que nos atentamos a essas armadilhas.

A Ciência não se confunde com a realidade. Nesse momento o professor ilustra sua afirmação quando compara a planta de uma casa a sua real construção. A primeira pergunta a ser feita nas Ciências Humanas é se nossos questionamentos partem de um mundo real. Ele também fala das guerras que ocorreram, de como países investem bilhões para as tecnologias desenvolvidas e tão pouco para as ciências humanas. É muito importante trazer para nossa pesquisa problemas que discorram sobre o mundo real e sua interferência na vida das pessoas. Quando um problema empírico torna-se problema científico? Quando podemos captar isso? Quando surgem perguntas, e perguntas bem-feitas que demonstrem nossa vontade de conhecer, o que é uma característica dos problemas científicos.

A ciência nos diz que é possível entender as coisas e intervir nelas. Bia fala sobre seu projeto, questionando porque o CEFAP não tem apoio financeiro. Andressa fala dos processos de subjetivação dos indivíduos. Para os nossos trabalhos é importante a percepção dos problemas trazidos, não apenas de maneira empírica, mas também de material bibliográfico, textos, que serviram como lentes. Nesse momento, Jane pede para comentar o seu trabalho acerca do problema da feminilidade. Babi diz que num projeto de pesquisa as palavras são categorias de análise. Ela ainda comenta o problema da violência contra mulher como problema relevante para a análise.

Lívia, afirma ter se interessado por aquele assunto quando soube que os índices de violência contra a mulher em Sobral são o quádruplo dos índices de Fortaleza. Babi diz que quando estamos no âmbito da pesquisa não damos conselhos, mas apresentamos dados. É mais ‘chato’ ser pesquisador, porém, é mais seguro. Isso ocorre quando elaborarmos nosso projeto com investigação. Ele fala ainda sobre outros textos que podem nos auxiliar na tarefa de elaborar projetos. Babi concluí falando sobre o argumento libidinal aplicado na pesquisa e, as vantagens e contribuições ela nos traz.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Relatório da aula do dia 27 de abril de 2011

Relatório da aula do dia 27 de abril de 2011

Aélio Almeida Jalles Monteiro
Lívia de Castro Neves

A aula começou com Babi falando sobre um e-mail que a turma havia enviado, solicitando que a aula começasse uma hora mais tarde, pois estava acontecendo uma assembléia sobre o SPA. Ele nos informou que não havia lido o e-mail, pois havia passado a semana em um local onde não havia sinal de celular, nem conexão de internet. Como não havia dado resposta, ficou implícito que a aula começaria em seu horário normal.
As atividades têm início com a reorganização do cronograma, em virtude das aulas que foram prejudicadas com os vários feriados do mês. O professor se compromete a reenviar o arquivo e então Mayara iniciou a leitura de seu relatório, que foi feito em equipe com Beatriz, falando da aula do dia primeiro de Abril. Depois foi a vez de Kércio relatar sua observação do mesmo dia.
Após a leitura, Fonteles pergunta se faz sentido gastar tanto tempo em uma aula de Métodos e Técnicas de Pesquisa Qualitativa em Psicologia lendo relatórios. Beatriz diz que julga importante, por fazer com que os alunos revivam e relembrem o que aconteceu, principalmente quando a aula ocorreu há quase um mês atrás, como foi este caso. Kércio também alega a importância dos relatórios e é seguido de Martônio, que também é a favor dos diários de bordo feitos pelos alunos.
O professor comenta que a aula de primeiro de Abril havia sido o ápice da disciplina e que o dia da mentira trouxe uma grande verdade. Prossegue falando sobre este grande problema das ciências humanas que é a verdade. Diz que a criação é o mais importante da pesquisa e que uma vez sabendo disto é possível compreender que não há diferenças entre um cientista e um artista. Babi falou ainda sobre a quantidade de vírgulas presentes no relatório de Mayara e Beatriz e comentou as marcas pessoais do relatório de Kércio, o que considerou muito importante. Pontuou ainda que a sensibilidade e a inteligência são gêmeas siamesas.
Iniciou-se então uma discussão a respeito dos projetos de pesquisa, quando cada equipe explicita qual será o tema pesquisado. A equipe de Maria Júlia é a primeira, e ela informa que todas as idéias que tiveram estão anotadas em um caderno que está com Thamila, e pede que o professor espere até que termine a assembléia para que ela possa dizer seu tema.
Andressa fala sobre o assunto que sua equipe escolheu: a deficiência visual e os alunos do CEFAP. Babi então fala da diferença entre assunto objeto e tema, cita que o objeto se trata de uma elaboração, assim como uma sinfonia ou uma música, é uma criação do pesquisador e não de uma realidade, falou também da importância do estágio básico na escolha dos temas para o projeto de pesquisa.
A equipe seguinte foi a de Jéssica, que pretende pesquisar sobre a atuação do psicólogo na saúde pública de Sobral. O professor falou que realizar esta pesquisa seria bastante complicado, pois a delimitação faz com que a pesquisa seja obrigada a dar conta de todos os locais onde se aplique psicologia na cidade de Sobral. Falou também que seria interessante se houvesse uma limitação e fosse escolhido somente um local de aplicação como, por exemplo, o CAPS. Concluiu relatando sua intenção de transformar os projetos de pesquisa elaborados pela turma em trabalhos de conclusão de curso.
Paulo Roberto prosseguiu falando sobre o tema que sua equipe havia escolhido: uma discussão acerca das concepções de usuários de drogas ilícitas do caps AD e da Fazenda Esperança. Fonteles fala da importância do título para o projeto de pesquisa.
Depois foi a Equipe de Lycélia, que tinha pensado em três temas, a feminilidade das mulheres em presídios, a violência contra mulher e a questão da saúde no presídio de segurança máxima. Babi falou da diferença entre os “mobrais” da academia e aqueles que saberão verdadeiramente o que é uma graduação. Diz que o governo tem um projeto que em 2016 haja a proporção de um professor para cada dezoito alunos (sendo que hoje é de um professor para nove alunos). Nesse intento, fala ainda da importância da afinidade com a pesquisa. De acordo com o professor, os docentes que não realizam esse trabalho, acabarão sendo obrigados a permanecer mais tempo em sala de aula e, os alunos, acabam perdendo algo importante para a sua formação.
A equipe de Kércio se propôs a falar do Saber-Fazer Psicologia, pois o psicólogo ainda é visto de forma estereotipada. Busca, assim, saber o que é “ser psicólogo” para uma pessoa que não estudou Psicologia e confrontar com o que é “ser psicólogo” para quem estudou. O professor falou do quão amplo isto pode ser e que seria interessante por um direcionamento no tema.
A equipe de Sophia pensou em falar das percepções acerca da reforma psiquiátrica e, por fim, a equipe de Marçal havia pensado em três temas, sendo o primeiro o luto da aposentadoria, o segundo a expectativa que os pais têm para seus filhos com síndrome de down e o terceiro, o trabalho infantil como uma variante da cognição da criança. Babi afirma que tomará o estágio básico como referencial dos problemas que queremos investigar.
Kércio pergunta onde se deve colocar a motivação do projeto de pesquisa e o professor fala que o projeto que iremos desenvolver terá somente seis partes textuais, sendo elas: Problematização; Justificativa; Objetivos, geral e específico; Procedimentos Metodológicos (a saber: metodologia, instrumentos de produção de dados e cronograma); Referencial Teórico Preliminar; e Bibliografia Inicial.
O professor fala da questão norteadora, que seria como transformar o problema pesquisado em interrogação para que, a partir dela, haja o desenvolvimento da pesquisa. Explica ainda as metodologias que existem para dialogar e entrevistar uma pessoa. Kércio pergunta se facilitaria formular uma hipótese. Babi responde que não há hipóteses no tipo de projeto em que estamos trabalhando e sim perguntas norteadoras, uma vez que uma hipótese seria a defesa de uma opinião e a defesa de uma resposta pré-existente. Desta forma não haveria espaços para dúvidas nem interrogações, ou seja, não haveria motivo para pesquisar.
O professor fala que um projeto de pesquisa parte da realidade, mas que não é a realidade. Deu como exemplo seu projeto nos Tremembés, que seria possível observar processos de subjetivação em qualquer lugar. Usa como exemplo um matemático que tenta decifrar um teorema ou uma pessoa que passa a vida toda tentando descobrir se Nietzsche  é o verdadeiro autor de “Minha Irmã e Eu”. Diz que para as ciências humanas isso não é interessante e fala sobre o maior investimento de países em pesquisa tecnológica que em pesquisas das áreas humanas.
Babi fala sobre trazer problemas do mundo real e transformá-los em objetos de pesquisa. Pergunta como se transforma um problema empírico em cientifico. Marçal diz que é quando esse problema afeta nossa vida. O professor diz que se transforma um problema empírico em cientifico quando há perguntas, que só existe ciência onde há pergunta e vontade de conhecer. Explica que ao citar nossos objetos estamos querendo fazer perguntas, dá dicas de como devemos fazer a justificativa, e nos avisa que vamos encontrar vários modelos de projetos, mas a que ele nos ensina foi a que ele utilizou e obteve sucesso.