sexta-feira, 13 de maio de 2011

Relatório de 13 de maio de 2011

Por Francisca Nágla Silveira e Susana Maciel Pinto    

   A aula começa com uma saudação do professor ás pessoas presentes em sala, ele verifica se os membros da equipe de seminário e as duplas de relatores já encontram-se presentes e assim nos convida à iniciarmos as atividades da aula. Somos informados de que o seminário desta noite será o último do semestre e também de que no decorrer dessa discutiremos sobre os projetos de pesquisa. Logo após, Everton inicia a leitura do seu relatório feito em dupla com Fabrício. E em seguida, Flávia faz a leitura de seu trabalho feito em parceria com Shyrlane.
            Após as leituras dos relatórios, professor Babi solicita á turma que faça comentários sobre os trabalhos apresentados, ressaltando a importância da elaboração dos mesmos no processo de aprimoramento da escrita. George então comenta sobre o quanto os relatórios estão lhe auxiliando a entender como as atividades de sala têm se encaminhado, visto que, ele não pôde estar presente nas duas últimas aulas e parabeniza os autores pelo bom trabalho produzido. Sem mais comentários por parte da turma, o professor diz ter lembrado de uma letra de música do compositor Chico Buarque e comenta que o silêncio da sala pode estar indicando algo, talvez preocupações com as diversas atividades de fim do semestre, e que compreende tudo isso. Então Babi faz algumas considerações a respeito dos relatórios apresentados, a fim de indicar partes que podem ser melhoradas nos mesmos, e comenta sobre os objetos de pesquisa, sobre a relação de paixão entre pesquisador e objeto, sobre a capacidade de imaginação do ser humano e da necessidade de suprir a mesma. Babi ainda ressalta de como os pesquisadores esquecem de que a ciência não é uma realidade em si, mas sim um artefato, algo do campo artesanal, e cita um trecho de uma canção de Alceu Valença para ilustrar sua fala. A partir do exemplo dado diz que o objeto científico, assim como a letra da música, é uma invenção da poética do criador, da imaginação, que se alimenta dos estudos feitos pelo mesmo.
Dando continuidade aos comentários sobre os relatórios, o professor faz uma observação sobre a importância de obedecermos à regra de numeração das páginas do trabalho, sobre a qual ele já vem falando há muito tempo e que é um dos princípios básicos de toda normatização científica. Comentando sobre a linguagem que devemos utilizar em nossos trabalhos, Babi fala que temos de tomar cuidado com as palavras utilizadas e que por força das circunstâncias estamos nos tornando bilíngüe, principalmente por causa do vocabulário utilizado na internet. O professor nos pede para exercitarmos com maior frequência a habilidade da escrita, pois este é um exercício essencial de se fazer nas ciências humanas, e que sejamos mais generosos na hora de escrever. O professor ressalta mais uma vez a importância da escrita correta utilizada nos trabalhos acadêmicos, mostrando que essa constitui-se como um verdadeiro “passaporte” para penetrar em outros espaços do mundo acadêmico. Esse “passaporte” nos transporta a elaboração de bons projetos, os quais, quando bem desenvolvidos, nos permitem captar recursos financeiros significativos. E o quão produtivo é utilizar nossas próprias experiências na hora de produzir bons projetos de pesquisa, a exemplo do projeto desenvolvido por ele sobre o povo indígena.
Thamila pergunta ao professor se existe abertura dentro da academia para a escrita poética na composição dos trabalhos acadêmicos. O professor responde que é possível fazer diversas coisas diferentes, sendo que a única exigência a ser cumprida é que sejamos plausíveis em nossas argumentações para sustentar a escolha feita. Para exemplificar, Babi nos fala sobre a mesclagem que Nietzsche faz em suas obras, a genialidade presente nas mesmas e o estilo não unificado do autor na hora de escrevê-las. O professor também nos relata de que na produção de sua tese manteve um estilo próprio, mas que se muniu de argumentos para responder aos “imboçais”, expressão do povo Tremembé, presentes na banca examinadora. E ainda sobre sua tese, Babi nos expõe que a mesma foi produzida “in life”, “ao vivo”, com objetos que estão sempre em movimento e nos relata o quão difícil é conseguir captar esse tipo de conteúdo nos trabalhos de pesquisa. O professor completa sua fala nos dizendo o quanto é importante nos dedicarmos completamente na hora de escrever. A equipe do seminário, composta por Paulo Henrique, Danielle e Kércio, é então recebida com aplausos e iniciam a apresentação do texto do autor John Leach, intitulado “Análise retórica”.
Após a apresentação do seminário, o professor Babi nos convida a fazermos comentários sobre o mesmo, formulando perguntas de esclarecimentos e aprofundamentos relativos ao texto apresentado. George inicia os comentários, falando o quanto a equipe conseguiu ser esclarecedora e o quanto essa lhe ajudou na compreensão do texto, já que á princípio ele não teria percebido sozinho ao ler o texto a significância da retórica e pede explicações sobre dois pontos que não ficaram muito compreensíveis para ele. Kércio e Paulo Henrique juntamente com o professor conseguem fazer os esclarecimentos solicitados e alguns exemplos são dados pelo professor a fim de complementar a compreensão do texto.
Dando continuidade ao debate o professor Babi nos pergunta se é possível que a utilização da análise retórica possa nos auxiliar na produção de nossos projetos de pesquisa e Kércio afirma que sim, pois isso é fundamental nas produções em Ciências Humanas. O professor pergunta à aluna Íria se a entrevista episódica, a entrevista narrativa e a história de vida têm alguma relação com a retórica, no que a aluna responde que não vê como separá-las, pois elas se complementam. Íria acrescenta que muitas pesquisas captam no discurso do sujeito apenas aquilo que lhe é interessante e ignoram o restante. Babi então nos alerta para termos um maior rigor na hora de utilizar as entrevistas em nossas produções, pois não devemos apenas reproduzi-las em nossos trabalhos sem fazer uma análise dessa retórica.
  Após essas considerações, Babi abre as discussões sobre os projetos de pesquisa, nos perguntando sobre como estão as produções dos mesmos, se temos dúvida referente a alguma parte da estruturação e propõe-se à marcarmos horários para orientações. Ainda sobre os projetos, o professor nos fala sobre a importância que os procedimentos metodológicos têm em sua elaboração, sendo relevante mostrar no referencial teórico o autor que utilizamos como referência para produzir aquele projeto. Babi também nos fala o quanto pode ser interessante surpreender na hora de apresentar o projeto, inserindo novidades em espaços inesperados, mas sempre justificando na parte dos procedimentos metodológicos o porquê da escolha daquela metodologia. O professor também nos fala sobre a importância de buscar coerência na hora da escolha da forma de captar o objeto de estudo. Também em relação aos projetos de pesquisa, Babi nos fala que na construção desses podemos ter a impressão que algumas idéias se repetem, mas na verdade, elas sempre serão ditas de diferentes formas, e compara o projeto de pesquisa à uma bola de futebol, onde cada pedaço é único e todos estão articulados.
Respondendo a perguntas feitas por Jane e George, o professor Babi nos esclarece que a melhor estruturação do texto do projeto de pesquisa é aquela presente no texto de Fonteles, pois trata-se do tipo de mais utilizado em mestrados, e que o mais importante é apresentar inicialmente o objeto e depois falar sobre o histórico deste.
Em relação aos desdobramentos que o projeto de pesquisa pode ter, Babi nos fala sobre a experiência que teve com o seu projeto com os índios, relatando que quando começou a pesquisa tinha um certo direcionamento e em meio ao processo de elaboração da mesma, acabou tomando um outro direcionamento completamente diferente. Partindo de uma pergunta feita por George, o professor Babi nos esclarece que nos projetos de pesquisa que estamos desenvolvendo não é preciso colocar o tópico sobre o orçamento, mas que é necessário aparecer o tópico sobre o cronograma, e que para o efeito do nosso projeto o mesmo deve ter um tempo de seis meses.
Para finalizar a aula o professor Babi nos fala que na elaboração de nossos projetos de pesquisa poderemos ser mais criativos e mais ousados. Sophia complementa a fala do professor dizendo o quanto os projetos de extensões nos auxiliam nesse aspecto. E sem haver mais considerações por parte da turma, o professor encerra a aula.   

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