sexta-feira, 29 de abril de 2011

RELATÓRIO REFERENTE À AULA DO DIA 29 DE ABRIL DE 2011

Relatório referente à aula do dia 29 de abril de 2011

Por Martonio Sales da Silva e Marçal Araújo Gomes

A aula inicia com as leituras dos relatórios referentes a aula anterior.  O primeiro relatório elaborado por Kércio e o segundo por Beatriz e Mayara. Após a leitura dos mesmos, Babi inicia a gravação da aula e instiga os alunos aos comentários perguntando qual a relevância de se perder 25 minutos com o exercício dos relatores em uma disciplina de Pesquisa Qualitativa em Psicologia.  Kércio diz que aquele momento é uma forma de valorizar a produção dos alunos, já Martonio e Bia comentam sobre a importância e o valor da escrita nas ciências humanas, como já fora ensinado por Babi.

O professor relata como a aula passada fora importante, chegando a constituir o ápice de toda a disciplina, o dia da Verdade. Essa intensidade foi denotada pela presença das inúmeras vírgulas. Ele reafirma ainda a sua posição em relação à aula anterior; as ciências humanas não são uma busca da verdade sobre o homem, mas sobre as criações, como assinalara Kércio.

Há um pequeno momento de descontração com um comentário de Babi sobre a participação de Lívia na aula: estava com “um pé dentro e outro fora” da disciplina, já que observava a aula e relatá-la na semana seguinte.

Babi faz alguns comentários sobre a primazia com a qual Kércio elaborou seu trabalho, o que já fora sinalizado pelo professor ao fim da leitura do relatório, no qual são feitas apenas algumas correções gramaticais. Estas não se sobrepõem ao poético fechamento do relatório e a visão impessoal tida por Kércio ao observar os fatos daquele dia, narrando-os em terceira pessoa. Esse aspecto fora perguntado por Adriane e respondido por Babi, quando exprime a sua opinião acerca da ousadia, sensibilidade e inteligência do relator.

As outras atividades do professor o envolveram tanto, que ele chegou a se comparar com Ulisses ao retornar para casa: tanto tempo se passara, que talvez nem o seu cachorro o reconhecesse.

Num outro momento, o professor sugere que sejam feitas alterações no cronograma da disciplina e na ordem dos relatores. Ele relembra a importância da elaboração dos projetos de pesquisa e vai pedindo aos alunos que lhe digam qual o título dos seus respectivos projetos, bem como faz algumas observações. Essas observações nortearão as próximas falas acerca da distinção sobre assunto, tema, título e objeto de estudo. Majú fala sobre seu tema. Um assunto é um tanto sem definição, o tema é mais um pouco preciso, e o objeto sim é bem definido. O objeto é científico e não pode ser a realidade,  ela tenta através de modelos construir algo.  Qual o problema que a equipe quer investigar. O que é um objeto ou um problema de pesquisa científica? É de importância central aprender a criar objetos-problemas numa pesquisa, assim como um artista ao criar sua obra: “Os Irmãos Karamazov”, de Fiódor Dostoiévski e “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa.
A
 atuação do psicólogo na saúde pública em Sobral foi um tema proposto pela equipe de Jéssica. O professor diz que o tema é muito generalista e não daria conta desse grande campo. Mesmo limitando-se aos CAPS, já seria muita coisa. A disciplina é para começar a termos intimidade com os trabalhos futuros. Não é a extensão mais a profundidade na pesquisa científica definirá a relevância da mesma.

A equipe do Paulo estudaria o uso de drogas ilícitas, se propondo a fazer uma discussão acerca das concepções de drogas ilícitas dos usuários do CAPS AD e da Fazenda Esperança. Babi fala sobre o título, e afirma que o trabalho científico é sempre uma discussão, evitemos, pois redundâncias.

A equipe da Lycélia tratara de algum tema sobre a feminilidade das mulheres do presídio, a violência contra a mulher, ou ainda sobre a disseminação problemas de saúde no presídio de segurança máxima de Sobral, como assinalara a integrante Lívia. Já a equipe do Everton elaboraria um projeto de pesquisa sobre a importância da APAE de Sobral para os pais de filhos autistas. Babi intervém afirmando que ‘só pesquiso algo quando não sei daquilo’ e afirma que ‘setenta por cento das monografias de Sobral são compradas’. Diz também que teremos duas classes de graduados: os interessados e os desinteressados. Cita a UVA e a criação do curso de Pedagogia em regime especial. Chama de vexaminosa os profissionais formados nesse regime e o relaciona com outras formações. Lívia contesta sobre o comportamento de julgar das pessoas na academia. O professor fala sobre a situação da UFC, da resolução a qual se propõe a duplicar o número de professores para alunos. Ele diz ainda que ter intimidade e desenvolver pesquisa é, e vai ser mais ainda o diferencial.
A equipe de Kércio se propõe a estudar as concepções do saber fazer psicológico em Sobral. A de Sophia abordará sobre as percepções do processo da reforma psiquiátrica em Sobral, do RAISM e de quem são essas concepções. Três temas foram propostos pela equipe de Aélio. Já a de Thamila falará da prática de contação de histórias na Escola Arco-Íris, perguntado qual mediação é possível na relação adulto-criança?

Babi conversa um pouco sobre o que é um projeto de pesquisa. O professor pergunta se os alunos leram o texto sobre o projeto de pesquisa, passado por ele. Fala da dedicação exigida pelo projeto, bem como sua metodologia e o interesse que será dispendido pelos seus alunos ao realizá-los. Para o professor, um projeto de pesquisa é composto por partes pré-textuais e pós-textuais. As partes pré – textuais são: capa, folha de rosto e sumário; As partes textuais são basicamente: título e subtítulo, problematização, justificativa, objetivos, procedimentos metodológico, referencial teórico preliminar e bibliografia inicial. Discute sobre essas partes. Partes pós-textuais são os anexos, e estes são opcionais. Adriane pergunta sobre as normas da ABNT referente a questionários, e ele diz que a ABNT não se pronuncia sobre isso. Ela se pronuncia sobre padrões acerca da apresentação do trabalho. Só se considera uma fonte bibliográfica aquilo que tiver sido objeto de publicação.

Babi responde à pergunta de Kércio a respeito da referencia de fotos em trabalho. “As motivações de um trabalho são colocadas onde?”, pergunta Kércio. O ideal é que sejam feitas de uma a três perguntas como pontos chave do trabalho. Como fazemos para investigar o nosso assunto? Com entrevista semi-estrutarada, se não tivermos muito a parte do assunto; como entrevista estruturada, se souber mais alguma coisa acerca do tema ou através da etnografia se já estivermos envolvidos naquela pesquisa. Fala também que não temos hipóteses num trabalho como esse. Uma hipótese é uma espécie de convencimento provisório, pois pode nos trazer uma visão distorcida da realidade na medida em que aquela se afirma sobre esta. E é só ligando o “desconfiômetro” que nos atentamos a essas armadilhas.

A Ciência não se confunde com a realidade. Nesse momento o professor ilustra sua afirmação quando compara a planta de uma casa a sua real construção. A primeira pergunta a ser feita nas Ciências Humanas é se nossos questionamentos partem de um mundo real. Ele também fala das guerras que ocorreram, de como países investem bilhões para as tecnologias desenvolvidas e tão pouco para as ciências humanas. É muito importante trazer para nossa pesquisa problemas que discorram sobre o mundo real e sua interferência na vida das pessoas. Quando um problema empírico torna-se problema científico? Quando podemos captar isso? Quando surgem perguntas, e perguntas bem-feitas que demonstrem nossa vontade de conhecer, o que é uma característica dos problemas científicos.

A ciência nos diz que é possível entender as coisas e intervir nelas. Bia fala sobre seu projeto, questionando porque o CEFAP não tem apoio financeiro. Andressa fala dos processos de subjetivação dos indivíduos. Para os nossos trabalhos é importante a percepção dos problemas trazidos, não apenas de maneira empírica, mas também de material bibliográfico, textos, que serviram como lentes. Nesse momento, Jane pede para comentar o seu trabalho acerca do problema da feminilidade. Babi diz que num projeto de pesquisa as palavras são categorias de análise. Ela ainda comenta o problema da violência contra mulher como problema relevante para a análise.

Lívia, afirma ter se interessado por aquele assunto quando soube que os índices de violência contra a mulher em Sobral são o quádruplo dos índices de Fortaleza. Babi diz que quando estamos no âmbito da pesquisa não damos conselhos, mas apresentamos dados. É mais ‘chato’ ser pesquisador, porém, é mais seguro. Isso ocorre quando elaborarmos nosso projeto com investigação. Ele fala ainda sobre outros textos que podem nos auxiliar na tarefa de elaborar projetos. Babi concluí falando sobre o argumento libidinal aplicado na pesquisa e, as vantagens e contribuições ela nos traz.

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