sexta-feira, 1 de abril de 2011

Relatório de 25 de março de 2011

Por Andressa e Dani
O professor inicia a aula comentando sobre o semestre que já está bastante adiantado, salientando, que quanto maior a demanda de atividades, temos a impressão de que o semestre está caminhando mais rápido. Após isso, o professor começa a ler um trecho do texto gerador do seminário do referido dia, em cima disso, Babi fala do seu trabalho como formador de Psicólogos para a academia e para a vida, motivado ainda pela citação lida pelo mesmo.
Babi refere-se à quarta turma de Psicologia como uma das mais pontuais da academia, no entanto, comenta a tradição de etiqueta no âmbito da pontualidade, aconselhando à todos que cheguem no máxima na hora marcada de seus compromissos ou ainda dez minutos antes. Seja para eventos formais ou informais, sendo esta uma questão de generosidade com o outro, salientando que, em uma instituição de educação superior é essencial à pontualidade.
Em seguida o professor pede que os relatores se apresentem; os relatores são George Luís e Sophia Rodrigues. Logo após a leitura do relatório Babi pede à turma comentários sobre “a fotografia feita de palavras” exposta pelos estudantes. O primeiro a comentar é Paulo Roberto, que diz que embora o relatório fosse longo, a leitura feita por George nos convida à uma compreensão maior daquilo que está sendo lido. Babi complementa o comentário do estudante afirmando; “fazer ciências humanas é fundamentalmente escrever, falar e pensar”, destacando a importância de se portar bem no âmbito desses três aspectos. Martônio, que havia faltado na aula anterior, diz que se sente satisfeito, destacando a gramática, a coesão do texto e a localização das ideias. O professor lembra que as falas dos colegas fazem recordar de Nieztsche, que foi um dos pensadores mais importantes do mundo da filosofia, considerando este como um artista do pensamento, sua formação em filologia, fez com que dominasse não só o alemão, mas também outras línguas, reforçando ainda que fazer ciências humanas é possuir uma relação direta com a palavra: pensada, falada e escrita. Encerrados os comentários sobre o relatório, Babi relembra a proposta de gravar as aulas, sendo esta mais uma ferramenta de ensino, e considera as aula como um momento de criação, em que nenhuma é igual a outra, umas melhores e outras nem tanto. Cita ainda Freud, relembrando as longas análises feitas pelo estudioso. George complementa que a experiência de escrever um relatório e que o mesmo “se apresenta como um desafio, um desafio passar de maneira mais clara para os colegas, aquilo que é processo de continuidade para a disciplina”.
Após o momento dos comentários, o professor recorda que alguns alunos ficaram responsáveis por pesquisar os temas relacionados ao estruturalismo e pós-estruturalismo. Thamila fala que a pesquisa a deixou com alguns questionamentos, trazendo um material para debate em sala de aula. O texto referido é do livro de Michael Peters “Pós- estruturalismo e Filosofia da diferença – Uma introdução”. Após a leitura das considerações o professor pede que mais pessoas argumentem sobre os temas.
George comenta sobre as semelhanças entre o positivismo e o pós-estruturalismo, destacando que o que foi dito é de extrema complexidade. Babi diz que o tema é denso e que devemos fazer um pacto para estuda-lo, já que compreender o estruturalismo e o pós-estruturalismo é importante para entender que tempo é esse que vivemos. O professor resume em uma frase simples que o estruturalismo vem nos fazer pensar sobre a estrutura de todas as coisas e que é o pesquisador dá sentido às mesmas, o que torna essa concepção difícil por termos vivido séculos apoiados na filosofia, metaforicamente Babi diz que devemos respirar fundo e aprendermos a ser bilíngues de pensamento para sentirmos a vertigem sem cair no abismo, e que para compreender tudo isso devemos ser pessoas corajosas, generosas e apaixonadas.
Posteriormente, o professor pede para que os presentes comentem os frutos das assembleias a respeito do Serviço de Psicologia Aplicada - SPA. Paulo Henrique e Gabriela destacam que a assembleia de sexta-feira foi um preparatório para o ato de manifestação dos estudantes de psicologia que ocorreu no dia 23 de março de 2011, sendo que a mobilização dos estudantes não encerraria as movimentações sobre os andamentos do SPA. Kércio e Paulo Henrique comentam também do ato que aconteceria no Beco do Cotovelo no sábado dia 26 de março as oito da manhã. Babi pergunta se as informações sobre a mobilização estão sendo divulgadas e propõe que se faça um mural com a agenda de informações sobre o que está acontecendo no movimento, salientando a importância dos professores, para que os mesmo possam se somar ao ato, já que os discentes são aliados dos estudantes. O mesmo ainda disponibiliza as aulas como um espaço de conversa sobre o movimento dos estudantes de Psicologia.
Passado a discussão sobre o SPA, Babi inicia os pronunciamentos de informes gerais para a turma. Começa convidando a todos que se sentirem chamados a participar da reativação do seu projeto de extensão, que outrora, estava desativado, lembrando que o candidato deverá passar por um processo de seleção simples e padrão. Pergunta aos presentes se há mais algum informe, e Adriane Cisne, lembra-se da segunda chamada da disciplina de Ética e Psicologia. Encerrados os avisos importantes, o professor, convida a turma e os seminaristas daquele dia a começarem suas atividades.
A turma recebe os seminaristas com aplausos. A equipe composta por Everton Maciel João Filipe e Vicente André apresentou o texto intitulado “Pesquisa-Intervenção e a produção de novas análises” das autoras, Marisa Rocha e Kátia Aguiar. Após a apresentação do seminário, o professor decide modificar a tradicional rotina de comentários. Decide então, pedir à turma que discutam o texto em questão, deixando os comentários de avaliação para o final da discussão.
Paulo Roberto comenta sobre a postura dos seminaristas, elogiando todos da equipe, falando de cada um em suas peculiaridades. Maria Júlia fala do quanto foi clara a exposição do seminário, destacando o fichamento bem estruturado e a participação ativa dos seminaristas. O professor relembra que o que foi feito anteriormente tratou-se de comentários de avaliação, pedindo que, nesse primeiro momento se retornasse a discussão sobre o texto gerador do seminário. Reforçando, assim, a importância da leitura do texto anterior ao momento da aula por todos da turma, e não somente, pelos seminaristas. Colocando desta maneira uma nova diretriz para a real proposta do seminário, que é, a discussão dos temas relacionados à disciplina em sala de aula.
Paulo Henrique, retomando a discussão sobre o texto, trás a tona o paradigma proposto pelas autoras, “conhecer para transformar, e transformar para conhecer”, complementado o comentário feito pelo estudante, Babi questiona se ele já percebe um “link” entre o estruturalismo e o tema proposto pelo paradigma. Destaca que na matemática é usado o símbolo “aproximadamente” o que nas ciências exatas já se torna de difícil compreensão de alguns conceitos, o “aproximadamente” em ciências humanas é ainda de maior incompreensão. George afirma que os temas utilizados no texto são instigantes, voltando-se ao fichamento para pontuar algumas considerações. Gabriela ressalta as posturas marxistas e positivistas presentes no texto, afirmando que a produção de conhecimento em psicologia é uma relação entre sujeitos. O professor completa os comentários anteriores, reforçando que os mesmos são essenciais para a compreensão do pós-estruturalismo.
Retoma o conceito de autonomia, referindo-se ao mesmo, como um dos mais difíceis conceitos de compreensão da sua produção acadêmica. Babi recorda que sempre andou junto com as abordagens humanistas, tentando “respirar” algo diferente, já que em todos os lugares do mundo se ecoa sempre as mesmas vozes. Retorna ao conceito de autonomia, como sendo um fruto da acumulação do sujeito ao longo de um processo. Afirma que, para sabermos se um grupo é autônomo ou não, é necessária à anulação das forças que o circundam, e nos voltarmos para a função em uma relação. Cita então, o exemplo de um chefe de família que abusa de sua esposa, mas, que, em seu trabalho é humilhado por suas condições de operário.  A autonomia, portanto, é tratada como uma relação. É bem dito pelo professor, que se soubermos utilizar o conceito de autonomia como uma função poderíamos mudar uma grande esfera das nossas vidas, na academia e fora dela.
O professor Fonteles prossegue afirmando que a autonomia é fruto deste conjunto de relações, sendo considerada, portanto, uma relação. O mesmo esperava que o comentário sobre autonomia causasse mais impacto. Em referencia a Foucault, diz que o poder destrói, mas, no entanto, cria, e ai é que esta a potencialidade da criação. Faz uma crítica a aqueles que não conhecem os estudos de Nietzsche, e sem o conhecer, o chamam de niilista. Babi afirma que estas pessoas não passam de papagaios possuidores de conhecimentos enciclopédicos. A autonomia esta diretamente ligada às potencialidades humanas da vida, em uma relação, sendo que a libertação é para todos ou para ninguém.
Encerradas as discussões sobre o texto, o professor retorna, ao modelo avaliativo do seminário apresentado. Marçal fala positivamente do seminário, dizendo que mesmo sem o uso de PowerPoint a equipe soube posicionar-se muito bem, fugindo dos modelos clássicos de apresentação de seminários. Thamila relembra que a discussão foi puxada pelos seminaristas e pelo texto apresentado, o que foi de grande relevância para a aula. Paulo Henrique, afirma que a aula pode fluir, pois ocorreram debates intensos e uma boa participação da turma.
Lívia acrescenta que no seminário apresentado ocorreu uma diferenciação em diversos aspectos; a participação dos seminaristas, dos estudantes e do professor. Onde ouve um desejo de criar um bom debate em torno da aula. Como complementação ao comentário de Lívia, Babi, afirma que somos estimulados a todo o instante, e que devemos sempre nos estimular tanto para o amor como para o conhecimento. Ressaltando que nos estimulamos quando nos preparamos, e, essa mesma preparação, é a essência de um bom posicionamento em sala de aula.
Kércio diz que a aula foi de extrema importância para o momento que os estudantes de psicologia vivem hoje; os intensos debates sobre os direitos dos estudantes e o fortalecimento do Movimento Estudantil. Flávia afirma que o texto é bem realista e que acha o mesmo menos complexo e de uma maior facilidade de discussão e elogia a equipe de seminaristas. Babi diz que o texto da aula de hoje, deve ser guardado para futuras consultas e possíveis duvidas sobre as discussões sobre Pesquisa Qualitativa.
Terminadas, portanto todas as pontuações, Babi Fonteles, volta-se para a explicação do modelo de projeto de pesquisa que deverá, ser feito por todos os estudantes. E que devemos atentar para os seguintes posicionamentos; a escolha do objeto de investigação, a construção deste objeto e a aplicação deste a realidade através dos recortes elementares para a saída do modelo empírico ao teórico.
Após tudo isso, e terminados os esclarecimentos, o professor agradece a presença dos estudantes e encerra pontualmente a aula às 21h30min, pois não ocorreu intervalo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário