sexta-feira, 25 de março de 2011

Relatório de 18 de março de 2011

Por George

Iniciamos a aula com a presença do aluno Ian solicitando ao prof. Babi que a aula fosse suspensa por conta da reunião dos estudantes que aconteceria naquela mesma hora, onde haveria um debate a respeito do processo de construção do S.P.A. (Serviço de Psicologia Aplicada).
Mesmo entendendo a proposta e demonstrando total apoio à organização dos estudantes, prof. Babi não acata ao pedido do aluno por conta do aviso não ter sido repassado antecipadamente e aproveita para comentar a importância da comunicação prévia das atividades a serem realizadas, para que dessa forma todos os estudantes pudessem participar da reunião e que assim não houvessem interferências significativas no cronograma de aula a ser cumprido. Percebendo a presença de poucas pessoas em sala, Babi acrescenta que a frequência dos alunos será registrada normalmente, mesmo com o acontecimento da reunião dos estudantes, afirmando também que as pessoas que chegarem após o horário de 18h20min deverão justificar seu atraso. Babi explica também que a aula não irá estender-se muito por conta da reunião, e pergunta se alguém dentre os presentes gostaria de registrar as presenças, no que Maria Júlia atenciosamente se propõe a fazê-lo.
Após essas considerações iniciais, Babi abre os trabalhos fazendo um comentário geral sobre o texto a ser apresentado no seminário, apontando para a riqueza de questões que a temática da metodologia traz para as discussões no âmbito da produção acadêmica. Afirma que o papel central da metodologia inclui, mas não se resume à meros procedimentos a serem realizados, e ilustra esse aspecto trazendo-nos a ideia de que determinado conhecimento reflete uma visão de mundo, citando como exemplo o contexto lingüístico da língua alemã, que reflete toda uma peculiaridade no processo formação de frases e palavras. Em seguida, procede-se à leitura do relatório da aula anterior, feito pelos alunos Paulo Roberto e Vanessa, e após ouvirmos atentamente os conteúdos apresentados, Babi pergunta a todos se o relatório contempla satisfatoriamente os acontecimentos da última aula. Hanna demonstra sua opinião afir-mando a qualidade do trabalho dos colegas, uma vez que o mesmo lhe proporcionou uma viva lembrança da aula anterior. Babi fala que há uma palavra que deve ser modificada no relatório, solicitando que a expressão “indústria automobilística” seja trocada por “indústria cultural”, relembrando a influência exercida por esta última nos nossos gostos musicais. Comenta também que em épocas atuais, perdemos a capacidade de perceber as coisas com a clareza necessária que uma postura crítica exige e que devemos continuamente exercitar a humildade. Conclui dizendo que está satisfeito com o relatório e após esse momento, relembra da discussão prevista a respeito das temáticas referentes ao estruturalismo e pós-estruturalismo. No entanto, fala que a mesma ficará para a próxima aula por conta do tempo limitado. Assim sendo, convida a equipe, composta pelas alunas Jane, Lívia e Lycélia a iniciar o seminário com a apresentação do texto de Bruyne et al (1986), intitulado Dinâmica da pesquisa em ciências sociais.
Após a apresentação da equipe, Babi nos convida a conversarmos sobre o seminário. Inicialmente, comenta a respeito do número reduzido de pessoas com o texto em mãos e pergunta se todos os presentes receberam o fichamento textual. Percebendo que apenas quatro alunos leram o texto proposto, Babi chama a atenção para o fato de que o processo de aprendizagem e construção de conhecimento na disciplina é prejudicado por conta de aspectos com esse, solicitando um maior comprometimento dos alunos. Em seguida, abre a discussão perguntando se alguém dentre os ouvintes do seminário tem alguma consideração ou pergunta a fazer à equipe. George comenta a respeito do conceito de “redução fenomenológica” presente no texto, apontando a importância da compreensão satisfatória de conceitos como esse para o entendimento da própria postura do pesquisador enquanto sujeito do conhecimento. Babi direciona sua fala em relação à natureza complexa do texto, que quando lido nos frustra e dessa forma nos convida a aprofundarmos as ideias trazidas dentro do mesmo.
A partir dessa consideração, Babi fala que precisamos adquirir uma atitude criativa diante das frustrações e que, por isso mesmo, o texto foi proposto de maneira proposital para que os estudantes e especialmente a equipe se sentissem desafiados a explorar os conteúdos trazidos pelos autores. Babi lembra então da relação com o conhecimento no âmbito escolar e no acadêmico, sendo que neste, somos convidados ininterruptamente a exercer a autonomia. Lembra-nos igualmente a respeito dos créditos práticos da disciplina, que existem justamente para fomentar a prática autônoma dos estudantes, e nesse processo, o professor contribui para a formação do aluno apenas como um orientador deste no processo de construção do conhecimento. Nesse sentido, Babi fala
que a qualidade da intervenção na aula depende diretamente da leitura prévia do texto e, respondendo a uma crítica da aluna Lívia no seminário, que disse sentir falta de uma maior explicação sua a respeito de alguns termos dos textos, comenta que a função do professor proporciona um “correr riscos”, uma vez que essa função nem sempre agrada a todos e que, por essa razão, deve-se ter a humildade de não querer agradar sempre. Abre um espaço para dizer que, na disciplina, forma seus alunos com o intuito de levar estes a perceberem que precisam da metodologia para experimentarem o conhecimento. Desse modo, Babi pede à turma para que sempre o ajude a exercitar a sinceridade e a contribuir da melhor forma possível na formação de todos.Lívia comenta então respondendo que o que a motiva como estudante é o fato de não saber de tudo, e fala que Babi tem muito a ensiná-la nesse processo, pois considera que é frustrante ter uma dúvida e o professor pedir para pesquisar. Afirma que em situações como essa, deseja ouvir a visão do professor a respeito do assunto e não de ferramentas de pesquisa. Babi explica que sua fala é sempre no sentido de proporcionar autonomia aos estudantes e não distanciar-se diante das solicitações dos mesmos.
Babi retorna ao texto dizendo que o mesmo nos apresenta conceitos que exigem uma maior atenção do leitor e por isso mesmo, salienta a importância do seminário. A partir de uma dúvida surgida durante a apresentação, explica alguns conceitos referentes à dialética, afirmando que não é possível compreender o pensamento moderno sem antes compreendê-la, e que na universidade essa compreensão é essencial. Babi diz que a dialética não é positivista como uma receita de bolo para produzir conhecimento, e sim uma postura dentro do conhecimento da realidade e nesse exemplo cita conceitos de Marx e Hegel que ilustram a compreensão da dialética. Continua suas considerações afirmando que no contexto universitário, aquilo que define o papel do acadêmico é se este é sujeito produtor de conhecimento ou simples usuário do conhecimento produzido por outros. Essa é a diferença principal em relação ao contexto escolar. Para ilustrar seu comentário, Babi chama a atenção para a cultura das xérox, que evidencia diretamente esse distanciamento de uma postura autônoma do estudante diante do conhecimento.  Conclui os comentários sobre o texto explicando a evidencia que o mesmo aponta para a ideia de que o conhecimento nasce da vida concreta, onde a teoria leva à prática e essa leva a uma nova elaboração teórica. Fala que a negação como parte da dialética é condição para caminhar para o momento seguinte, e que a mesma dialética não tem a ver com uma compreensão abstrata das coisas. Em seguida, convida a todos para a avaliação do seminário.
George inicia parabenizando a equipe pela qualidade do fichamento, pelo fato de que este proporcionou uma melhor sistematização dos conteúdos do texto. André parabeniza igualmente as colegas pela ousadia e coragem de estarem apresentando o seminário, demonstrando seu reconhecimento pessoal de que nem sempre tem o domínio e a segurança necessária para apresentar conteúdos quando solicitados em seminários. Babi fala que ao longo de seus 30 anos de vida acadêmica viu várias situações embaraçosas em seminários e diz que, em momentos de apresentação, nós não devemos mostrar nossas fragilidades, ou seja, não devemos falar de conceitos que não compreendemos, e sim, trabalhar em cima daquilo que foi compreendido. Fala também que um seminário só alcança seus objetivos quando há coesão da equipe e atenta para o uso da expressão “nós” pelos seminaristas. Andressa comenta que a equipe não usou apresentação de slides e isso ajudou a evitar uma postura de “seminário clássico”. Babi, ao avaliar, salienta que no dia da apresentação deve-se chegar à tempo para as demais organizações, e cita que existem culturais que exigem da pontualidade. Por fim, parabeniza a equipe e afirma que está satisfeito com o trabalho apresentado, convidando a todos a examinar as suas considerações feitas ao longo da aula. Sem mais atividades, finalizamos a aula mais cedo por conta da reunião com os estudantes a respeito do S.P.A.

Nenhum comentário:

Postar um comentário